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sábado, 30 de outubro de 2010




Um homem trabalhava em uma fábrica distante cinqüenta minutos de ônibus da sua casa. No ponto seguinte entrava uma senhora idosa que sempre sentava-se junto à janela. Ela abria a bolsa, tirava um pacotinho e passava a viagem toda jogando alguma coisa para fora.A cena sempre se repetia e um dia, curioso, o homem lhe perguntou o que jogava pela janela.
– Jogo sementes, respondeu ela.
– Sementes? Sementes de que?
– De flores. É que eu olho para fora e a estrada é tão vazia... Gostaria de poder viajar vendo flores coloridas por todo o caminho. Imagine como seria bom!
– Mas as sementes caem no asfalto, são esmagadas pelos pneus dos carros, devoradas pelos passarinhos... A senhora acha mesmo que estas sementes vão germinar na beira da estrada?
– Acho, meu filho. Mesmo que muitas se percam, algumas acabam caindo na terra e com o tempo vão brotar.
– Mesmo assim... demoram para crescer, precisam de água...
– Ah, eu f aço a minha parte. Sempre há dias de chuva. E se alguém jogar as sementes, as flores nascerão.
Dizendo isso, virou-se para a janela aberta e recomeçou o seu trabalho.
O homem desceu logo adiante, achando que a senhora já estava senil.
Algum tempo depois...
Um dia, no mesmo ônibus, o homem ao olhar para fora percebeu flores na beira da estrada... Muitas flores... A paisagem colorida, perfumada e linda!
Lembrou-se então daquela senhora. Procurou-a em vão. Perguntou ao cobrador, que conhecia
todos os usuários do percurso.
– A velhinha das sementes? Pois é... morreu há quase um mês.
O homem voltou para o seu lugar e continuou olhando a paisagem florida pela janela. "Quem diria, as flores brotaram mesmo", pensou! "Mas de que adiantou o trabalho dela? Morreu e não pode ver esta beleza toda".
Nesse instante, ouviu risos de criança. No banco à frente, uma garotinha apontava pela janela, entusiasmada:
– Olha, que lindo! Quantas flores pela estrada... Como se chamam aquelas flores?
Então, entendeu o que aquela senhora havia feito. Mesmo não estando ali para ver, fez a sua parte, deixou a sua marca, a beleza para a contemplação e a felicidade das pessoas.
No dia seguinte, o homem entrou no ônibus, sentou-se junto à janela e tirou um pacotinho de sementes do bolso...
E assim, deu continuidade à vida, semeando o amor, a amizade, o entusiasmo e a alegria.
O futuro depende das nossas ações no presente.
"E se semeamos boas sementes, os frutos serão igualmente bons".
Vamos semear nossas sementes agora!
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